A revolução cultural Brasileira - IV - do governo

 

Do governo


O Princípio da governança única


Para iniciar este capítulo trarei a vós uma reflexão de Sócrates sobre o sistema democrático, ele conversava com Adeimantus que defendia a democracia, então faz uma metáfora comparando a sociedade a um barco:

Se você estivesse partindo em uma viagem por mar, pergunta Sócrates, quem você iria preferir que escolhesse o comandante do navio, qualquer pessoa ou uma pessoa educada nas regras e exigências da navegação marítima?

O último, é claro, diz Adeimantus

Por que, então, qualquer um de nós, independentemente do nível de habilidade, experiência ou educação, pode escolher os governantes de uma nação? “


O que Sócrates elucida é o ponto falho da democracia, se pedires a uma pessoa guiada pelas paixões e envolta na ignorância para escolher um administrador do país, quais critérios esta usaria? Alguém que não administra decentemente nem a própria vida teria critérios bons para escolher quem administra a vida de todos? Bondade, beleza, eloquência, simpatia, esses seriam os critérios usados em sua escolha, da onde algo de bom pode surgir disso? Um bom líder, tutor ou guia pode ser alguém bom, belo, eloquente e simpático mas antes de tudo deve ser destemido, sábio, ter a capacidade de fazer o que for necessário para o bem da sociedade mesmo que isso implique em aversão momentânea dos cidadãos, alguém com punho firme para enfrentar as oposições e ataques, alguém com bom pensamento, boas intenções e boa formação para por tudo isso em prática, e isso não necessariamente está ligado a simpatia, eloquência ou sofisma. Ora se uma criança está com uma doença mortal e precisa tomar uma injeção para sua cura qual seria a opção mais sensata para o bem dela, deixar que um médico responsável administre a cura necessária mesmo contra sua vontade ou deixar que a criança escolha um médico disposto a agradar suas vontades, receitar um xarope doce de morango e assim resultar em sua morte? ora claro que seria a primeira, é sensato na sociedade no estado em que está, com a maioria da população ignorante, com seus indivíduos perdidos e dominados pelos sentidos e longe da sabedoria deixar nas mãos de todos escolherem quem administra a vida coletiva? 

A quem verdadeiramente interessa que maus administradores sejam escolhidos gerando assim mais ignorância e caos entre os homens num ciclo sem fim? Ora isso já foi abordado no início do livro, aos poderosos, a elite, ao status quo.


A perfeição da natureza e seus sistemas

Olhando para a natureza e suas leis manifestadas absolutas e intransigíveis percebemos que tudo que trabalha ao favor dessas leis gera naturalmente harmonia, prosperidade e perpetuação da vida, bilhões de anos de evolução geraram nos seres vivos as formas mais aprimoradas e perfeitas para cumprir suas funções biológicas efetivamente, tudo tem a sua função, relação e correlação e dentro do campo da vida, que não coincidentemente são as formas mais complexas conhecidas no cosmos.

Quanto mais complexos são os organismos vemos que mais setorizadas e divididas são suas funções incluindo o ser humano, todas as células trabalham para o bom funcionamento do organismo, todas as funções são setorizadas em órgãos, e cada órgão tem seu propósito no bom êxito do organismo no espaço, dentre todos os órgãos  apenas um que funciona como regulador de todas as funções: o cérebro, todas as partes do corpo são essenciais para o bom funcionamento do seu organismo mas todos são dirigidos pelo cérebro e o cérebro não trabalha para si próprio com motivos egoístas, se assim fosse todo o organismo morreria, ele funciona como regulador do organismo, aquele que rege a harmonia entre todos os sistemas, a centralização é a chave para o sucesso humano, imagine se cada órgão tivesse igual importância e poder de regulação no corpo que o cérebro tem? O intestino decide fazer algo, mas isso vai contra o que o pâncreas quer que vai também contra o que a pele acha melhor, ou pior ainda, cada célula com igual poder de decisão do que fazer no corpo! haveria o caos e assim a extinção do organismo, tal aberração nem evoluiria na natureza é apenas uma metáfora bem longe da realidade possível mas percebam que a chave para o sucesso de nosso corpo é a centralização.

Reparando assim que dentro de nossa espécie a natureza através da evolução ou talvez um ente criador dependendo do que você acredite, delimitou a setorização como o princípio harmônico de sucesso do organismo humano pelo princípio da relação natural pode-se refletir que temos bom êxito ao usarmos o mesmo princípio para a organização de nossos macro-organismos que são as sociedades, o ser humano sempre utilizou o princípio da relação, observando o que funciona na natureza das coisas podemos ter vislumbres de padrões que são naturalmente harmônicos e aplicá-los a outras invenções humanas para obter o sucesso em seu perfeito funcionamento, como o avião usa o mesmo sistema dos pássaros para planar, a máquina fotográfica o olho humano, as roupas a pelagem dos animais lanosos e por ai vai, a perfeição da natureza vai muito além do que nossos sentidos percebem e indicam infinitas relações de sucesso pois trabalham seguindo as mesmas leis físicas e químicas para se perpetuar no universo.


Do sistema central

Fazendo essa analogia com os princípios que regem nosso próprio corpo quero demonstrar que o sucesso da organização da sociedade está em duas coisas: na centralização do poder, o que já ocorre hoje em dia afinal não vivemos numa anarquia, e em todo o poder de decisão, controle e administração das esferas da sociedade investidas no governo, ou seja a garantia de que o governo central tem todo o poder sem questionamentos, afinal o poder de uma órgão comum não pode influenciar nas decisões do cérebro do contrário geraria o caos e a morte para todo o organismo, mas ao mesmo tempo o poder de decisão e organização do poder central não podem ir contra ao bem estrar maior do todo, do contrário gera a destruição de todo o organismo inclusive do cérebro.

Sendo a menor forma de centralização o indivíduo deve haver uma única pessoa, um ser no auge de suas capacidades que se eleve para a reger a orquestra com maestria e perfeição, que represente desde seu âmago os anseios do povo, administre e regule a sociedade para haver a harmonia, a felicidade dos indivíduos e o bom funcionar do macro-organismo usando todos os meios para tal, esse indivíduo é mais que uma pessoa é um símbolo humano da grandeza de sua sociedade e deve ser a representação dos maiores ideais de ética, justiça de bem-fazer, um guia luminoso para todos, esse ser entretanto estaria limitado pelo poder de um outro grupo maior do qual comentarei adiante que também comporá o cérebro da sociedade do mesmo jeito que o cérebro humano não é formado de apenas um neurônio.

A escolha do corpo de governo

Mas como se garantir que o governo não cometa barbáries como tortura, brutalidade, violência, tirania, burrices e qualquer outra característica vã? Isso seria tão ruim ou pior que uma democracia afinal o governo teria poderes absolutos, ora isso só poderia se fazer designando pessoas adequadas para o corpo do governo, sábios, intelectuais, indivíduos com inteligência emocional, filosófica, reflexiva e técnica, pessoas que realmente se importam com a humanidade deveriam ter o poder em quanto as novas gerações não são formadas na sabedoria e as antigas ignorantes ainda vicejam caminhando pela terra, assim compor-se-ia um grupo de governo capaz de bem administrar toda a sociedade e esse governo sendo esclarecido não cometeria naturalmente a barbárie, tiranias ou burrices. 

Uma prova será aplicada e nessa prova haverão questões sobre humanidades, moral, ética e sabedoria em geral, isso já filtraria boa parte dos milhões de candidatos que provavelmente fariam aplicação de forma vã para “tão importante cargo na sociedade” após isso faram-se mais seleções e serão levados em conta fatores como o grau de educação desse indivíduo, sua função na sociedade, inovação de pensamento e ações, sua relação com os outros e com o universo que o cerca, ações de mudança e melhora social e outros tópicos mais, após essas seleções um grupo de esclarecidos vitalícios será escolhido e esses só seriam substituídos por sua morte, perda de lucidez ou falta de idoneidade moral, a quantidade de entes desse grupo não precisa ser grande, penso 500 ou 1000 indivíduos esclarecidos e esses escolheriam o indivíduo governante dentre eles, o rei, que também ficaria no governo até sua morte, afinal não há necessidade de se mudar algo que é bom, o governante central escolheria sua base de governo com os maiores especialistas para reger a sociedade e caso este cometa muitas incompetências ou se prove ineficiente o corpo de esclarecidos pode depô-lo. Com um governo forte, soberano, absoluto e sem mudanças constantes de ideais a cada 4 anos a sociedade apresentará um crescimento e prosperidade sem igual rumo a ser a maior nação já vista na humanidade.

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